domingo, 16 de novembro de 2008

Anêmona-do-mar (Actinia equina)
Da especialização dos protozoários flagelados, também teriam surgido os eumetazoários, que apresentam maior interdependência entre suas células, formando tecidos verdadeiros. Entre os eumetazoários, apenas os cnidários são diblásticos. O metazoário ancestral, que deu origem aos cnidários e aos platelmintos, provavelmente tinha simetria radial, mantida nos cnidários e modificada para simetria bilateral na linhagem da qual provêm os platelmintos.

Os cnidários surgiram provavelmente entre 1 bilhão e 800 milhões de anos atrás, depois dos poríferos, portanto.



A parte principal da Actinia equina é uma coluna espessa, que pode ser lisa ou portar tubérculos. Na extremidade aboral da coluna, há um disco podal achatado para a ligação. Na extremidade oral, a coluna sobressai-se ligeiramente para formar o disco oral, que possui de 8 a varias centenas de tentáculos ocos, e em algumas espécies, prolonga-se em lobos. No centro do disco oral encontra-se a boca em forma de fenda, portanto, em ambas as extremidades um sulco ciliado chamado sifonoglifo, proporciona a entrada de água na cavidade gastrovascular.

Como em todos os antozoários, a cavidade gastrovascular da Actinia equina é separada por septos irradiantes longitudinais, que aumentam a área superficial interna. Nesta espécie, existem geralmente dois tipos de septos – completos e incompletos. Os septos completos conectam-se à parede corporal em um lado e à parede da faringe no outro. Os septos incompletos conectam-se somente à parede corporal e estende-se somente um pouco no interior da cavidade gastrovascular. Os septos, tanto completos como incompletos, arranjam-se em pares adjacentes. Os pares em cada extremidade da faringe afilada são chamados diretivos. Os septos ocorrem geralmente em múltiplos de 12.

Na parte superior da região faringiana, os septos são perfurados por aberturas que facilitam a circulação da água. Abaixo da faringe, os septos completos possuem margens livres e recurvam-se em direção à parede corporal. Os tentáculos ocos sempre se localizam entre os septos.

Cada septo consiste de duas camadas gastrodérmicas separadas por uma camada de mesogléia. A borda livre do septo é trilobada e chamada de filamento septal.

Além do nematocisto, a Actinia equina também possui espirocistos, que tem uma cápsula com uma parede única e um cordão adesivo longo. Os espirocistos funcionam na captura de presas que tenham superfícies duras e na ligação ao substrato.

O sistema muscular nas anêmonas do mar é muito mais especializado do que nas outras classes de cnidários.

Os produtos são distribuídos às outras células por difusão, os restos não aproveitáveis são extraídos pela boca, pois esta não possui ânus.

A Actinia equina apresenta também sistema nervoso. Suas células nervosas estão espalhadas por toda o seu corpo, por isso seu sistema nervoso é denominado difuso. As células nervosas estão diretamente em comunicação com as células da epiderme e da gastroderme.




A Actinia equina apresenta cor vermelha muito intensa, por isso ela também é conhecida como tomate do mar, pois ela se parece com este quando se encontra fechada.

Esta espécie tem entre 124 e 192 tentáculos curtos, achatados na base, com pontas redondas e formando 6 círculos. Estes tentáculos não podem se retrair, eles ficam tapados quando o animal se contrai para proteger-se ou descansar.

O tomate do mar é freqüente em todas as costas rochosas e são encontradas na água até dois metros de profundidade. Ele necessita de água limpa e bem oxigenada, e prefere as zonas iluminadas, essa característica da Actinia equina é um indicador muito importante para sabermos da boa qualidade da água. Como retém a água em seu interior, pode resistir muito bem às marés.

Durante o dia, o tomate do mar encontra-se contraído formando uma bola, abrindo-se ao entardecer.

O tomate do mar apresenta uma substância urticante que o protege de predadores e ajuda na captura de seu alimento. Ele se encontra por todo o Mediterrâneo e Atlântico Norte.

Reprodução

A reprodução assexuada é comum nas anêmonas do mar. Um método consiste na laceração podal, na qual partes do disco podal são deixados para trás à medida que o animal se move. Em alguns casos, o eixo abandona os lobos que se destacam. Essas porções destacadas regeneram-se então em pequenas anêmonas do mar. Muitas anêmonas do mar reproduzem-se assexuadamente por meio de uma fissão longitudinal, e algumas espécies o fazem por meio de uma fissão transversal.

A maioria das anêmonas do mar é hermafrodita, mas produz somente um tipo de gameta durante qualquer período reprodutivo. As gônadas localizam-se na gastroderme em todos em determinados septos na forma de amortecedores em forma de faixas longitudinais por trás do filamento septal.

Os ovos podem ser fertilizados na cavidade gastrovascular, com o desenvolvimento ocorrendo nas câmaras septais, ou a fertilização pode ocorrer externamente ao corpo, na água marinha. A larva planular pode ser planctotrófica (alimentando-se) ou lecitotrófica (nutrindo-se a partir da gema) e tem uma expectativa de vida larval variável. Os septos desenvolvem-se a partir da parede colunar e crescem em direção à faringe. Ainda não há tentáculos, e a jovem anêmona do mar vive como uma bola ciliada e livre. Com o desenvolvimento posterior, o pólipo jovem sedimenta-se, prendem-se e formam os tentáculos.


Curiosidades


A guarda-costas do ermitão

O caranguejo-ermitão, ou paguro, esconde seu abdome mole dentro de conchas vazias de moluscos.

Este caranguejo costuma capturar algumas anêmonas alojando-as sobre a concha. A anêmona, assim instalada, não precisa locomover-se e ainda tem um suprimento constante dos restos alimentares do ermitão. Em compensação, a anêmona com o liquido urticante de seus tentáculos, serve como verdadeira guarda-costas para o caranguejo, afastando predadores desse animal, como alguns polvos. Assim o caranguejo e a anêmona estabelecem uma relação de mutualismo, em que ambos se beneficiam.


Os estudos indicam que uma anêmona do mar da Nova Zelândia (Actinia tenebrosa) requer de oito a sessenta e seis para atingir um diâmetro colunar de 40 mm e tem uma media de vida de 50 anos.


Um comentário:

Manuzynhah disse...

Olá posso dizer q me ajudou muito para o meu trabalho..

Obrigada